Barreiro: moradores queixam-se de regresso da poluição de fábrica
Publicada por Subturma 11 à(s) 20:28Moradores do Lavradio, Barreiro, contestam a poluição ambiental causada pela fábrica AP - Amoníaco de Portugal que dizem causar prejuízos nas viaturas e bens. A empresa garante que os valores respeitam a lei.
A unidade industrial de produção de amoníaco já teve a laboração suspensa em Junho do ano passado, por ordem do Ministério do Ambiente, devido à ultrapassagem dos níveis de dióxido de enxofre previstos na lei (500 miligramas por metro cúbico). A Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional (CCDR) autorizou o levantamento da suspensão de laboração da fábrica cinco dias depois do encerramento. A laboração da AP - Amoníaco de Portugal esteve novamente suspensa desde Novembro até ao corrente mês de Março, depois de uma decisão da administração relacionada com os custos do petróleo e matéria-prima. Um morador no Lavradio, José Ramalho, garante que a empresa voltou agora a poluir "indiscriminadamente" e afirma que os impactos "estragam os bens e colocam em risco a saúde". Uma outra moradora, Cláudia Almeida, defendeu que desde que a fábrica voltou a trabalhar normalmente, as descargas são frequentes, durante a noite ao fim-de-semana mas também em alguns dias de semana. "Desde que a fábrica reiniciou a actividade voltaram as descargas e o carro fica cheio de partículas e ferrugem. Muitas das pessoas que aqui vivem são idosas e não estão para se chatear, já estão habituadas à poluição mas isto não pode ser assim. Já chega", criticou. O presidente da Junta de Freguesia do Lavradio, Adolfo Lopo, deseja que a empresa se mantenha a laborar no concelho mas defende que as regras ambientais têm que se cumpridas. "Estamos atentos para ver o evoluir da situação e já pedimos informações à CCDR sobre os valores registados. O arranque da fábrica é um processo sempre complicado, com o arranque das caldeiras e depois dos reactores, e quando à uma paragem as partículas ficam depositadas e depois têm que sair", explicou. Fonte oficial da empresa garantiu que o arranque da fábrica decorreu com normalidade e que os valores estiverem sempre dentro dos limites estipulados pela lei. "Foi um arranque normal e os valores estiveram sempre dentro dos limites, aliás, nós somos monitorizados pela CCDR e comunicamos os valores às autoridades", explicou. A mesma fonte referiu que é normal que a fábrica tenha atingido níveis mais elevados na altura do arranque por se tratar de uma unidade industrial pesada e com impactos fortes. "O pico de emissões é no arranque, num carro também se sente mais no arranque. São processos delicados e é normal as pessoas sentirem isso, não é nada de novo, mas os valores estiveram dentro dos limites. A fábrica foi limpa e esteve sempre em manutenção durante a paragem", garantiu.
In Público
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