Apesar do aumento da recolha selectiva, «há municípios, nomeadamente o Porto, com um défice de 10 milhões de euros por ano, devido ao facto de não se cobrar tarifa pelo tratamento de resíduos sólidos urbanos», lembrou Pedro Santos, director-geral da EDV Energia – Agência de Energia do Entre o Douro e Vouga, durante a 9ª Grande Conferência do Jornal Água&Ambiente, que decorreu hoje no Centro Cultural de Belém, em Lisboa.
Na análise a oito concelhos da Área Metropolitana do Porto, abrangida pelo sistema da Lipor, e ao concelho de Vila Nova de Gaia, que integra o sistema da Suldouro, concluiu-se que o défice tarifário é, em média, de 75 por cento. Em Vila Nova de Gaia, por exemplo, ronda os sete milhões de euros, e espera-se que, segundo Pedro Santos, o défice tarifário ainda seja maior quando entrar em funcionamento a unidade de digestão anaeróbia prevista.
A solução justa seria a implantação do sistema Pay-as-You-Throw (PAYT), que concretiza o princípio de poluidor-pagador, avalia. No entanto, «as pessoas devem pagar um custo de um sistema eficiente, e, dentro da aplicação do sistema PAYT, existem várias alternativas possíveis», referiu. «Há países europeus com sistema PAYT e que já conseguiram reduzir a quantidade de resíduos produzida entre 15 a 50 por cento, muito impulsionado pela aposta em compostagem doméstica», concluiu Pedro Santos. Quando em Portugal se resolverem «algumas questões políticas e técnicas» a eficácia do sistema PAYT poderá ascender os 50 por cento, rematou.
Etiquetas: Cátia Monteiro sub2
0 comentários:
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)