Após várias tentativas para criar cada vez mais fraldas adequadas às necessidades das crianças, eis que surje um novo conceito de fraldas retomando as fraldas de antigamente.
É necessário explicar o porquê de se pensar em novas fraldas. As fraldas descartáveis são feitas de uma camada exterior de polietileno à prova de água, uma camada interna de pasta de papel, um poliacrilato sintético e uma zona repelente de água, para além da utilização de fragâncias e perfumes. O material utilizado no exterior das fraldas descartáveis (polietileno) deriva do petróleo, que já se sabe ser um recurso não renovável. Saliente-se que por ano chega-se a utilizar por cada bébé cerca de 130 kg de plástico no que diz respeito às respectivas fraldas.
A fralda descartável possui uma camada interna composta por pasta de papel e poliacrilato de sódio. Retomando os números, são necessários em média 200 a 400 kg de pasta de papel para sustentar um bebé por ano.
Como é que num artigo tão comum na nossa sociedade e que faz parte da nossa vida, pode causar uma exploração com um impacto tão profundo ao nível dos recursos naturais?
Ao se optar pelas fraldas de pano, utilizar-se-à menos de 10 kg de algodão para dois anos de fraldas! Este é um meio significativo de reduzir o consumo de petróleo, e o algodão é um recurso facilmente renovável. A pasta de papel é também, de forma indirecta, um contaminante, pois tem de ser branqueada para ficar com o aspecto branco que vemos nas fraldas descartáveis. O branqueamento produz produtos químicos tóxicos como as dioxinas, o que degrada cada vez mais o meio ambiente.
Para além de tudo isto, saliente-se o facto de a produção de uma fralda descartável tem um preço ambiental muito elevado em termos de água e energia.
Será que é legítimo utilizar 3,4 milhões de galões de petróleo e mais de 250.000 árvores anualmente para manufacturá-las, quando só são utilizadas uma vez e vão directo para as lixeiras?
Refira-se ainda que a maioria das fraldas descartáveis tem como destino os aterros o que provoca um acumular de resíduos sólidos e de recursos materiais desperdiçados, pondo em risco a saúde pública.
É verdade que a mudança para as fraldas de pano vai acarretar uma alteração no estilo de vida dos pais, mas é uma questão de mentalidade e de se tomar consciência de que as fraldas descartáveis são um atentado contra o meio ambiente e, consequentemente, contra a saúde de todos nós. Assim, deve pensar-se que o uso das fraldas de pano contribuem para um aumento da qualidade de vida dos nossos filhos e de todos nós.
Etiquetas: Mónica Mota
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