É já dia 22 de Março, o dia Mundial da Água. Estudos recentes indicam que em determinadas áreas do país, nomeadamente o Porto e Gaia (os dois municípios que mais gastam água em Portugal continental), reduziram os consumos em cerca de 34 e 12 por cento respectivamente, em 2007. Este facto deve-se, como assinala Paula Freixial, directora do departamento de engenharia das águas, e Tiago Neves, técnico superior do departamento de estudos e projectos do Instituto Regulador de Águas e Resíduos (IRAR), ao “aumento da sensibilidade ambiental das populações em geral, dos agentes económicos utilizadores deste recurso e das entidades gestoras”.
A par deste factor, é de notar que a sensibilidade da população poderá também advir da seca que se verificou em 2005, cujas consequências foram avassaladoras em determinados pontos do país. Contudo, a tendência supra referida não parece ser ainda “generalizada e muito significativa em todo o território nacional, a não ser em períodos específicos de carência”, segundo Saldanha Matos, presidente da Associação Portuguesa para Estudos de Saneamento Básico.
É deste modo de louvar os esforços que se fazem no sentido de uma eficiente racionalização do consumo de água. Contudo, considero que a classe política deveria privilegiar o debate nesta matéria, com o intuito de alterar a mentalidade da população e alertá-la para eventuais consequências que poderão provir de um uso menos responsável de um recurso tão preciso como a água.
Vejamos então o que nos reserva o dia 22 de Março, onde a racionalização do consumo de água deverá ser a temática central (não deveria ser todos os dias?!), quando se estima que em 2025, um terço da população mundial irá sofrer sérios problemas de abastecimento de água.
Etiquetas: Carlos Gonçalves