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Edifícios com maior conforto e qualidade, eficazes na poupança de energia. Não são visões do futuro, estão a um passo do Algarve.A utilização de manequins, com peso e altura de seres humanos, para avaliar a qualidade térmica, do ar e acústica dos espaços foi uma das apresentações da 1ª conferência sobre edifícios eficientes, que decorreu no passado dia 25 de janeiro na Universidade do Algarve.Na conferência, em que participaram cerca de 100 pessoas foram apresentados os resultados de alguns trabalhos desenvolvidos com recurso aos dois manequins já desenvolvidos na Universidade, nomeadamente em jardins de infância.De acordo com o professor universitário Eusébio Conceição, que dirige o projecto, trata-se de manequins com 1,70 metros e 70 quilos de peso, que têm no seu interior uma simulação de circulação de sangue, pulmões para "respirar" e que transpiram."Estamos a usá-los no desenvolvimento do 'Estudo Aero-térmico de Jardins de Infância, para o desenvolvimento de sistemas de ar condicionado e a sua coordenação com o vestuário'", disse Eusébio Conceição à agência Lusa.No âmbito do trabalho em torno da eficiência energética de edifícios, está a ser assegurado pela Universidade do Algarve há cerca de um ano um projecto-piloto no Jardim de Infância nº 1 de Olhão cuja meta é "desenvolver ambientes mais confortáveis e saudáveis para os mais jovens recorrendo a análises inovadoras", disse.Durante as experiências, os manequins são colocados numa câmara de vidro em que são simuladas condições ambientais de carácter térmico, acústico ou vibratório, explicou o especialista.Adiantou que, em Portugal, a construção de edifícios eficientes para a população em geral "está agora no início", em boa parte devido à recente legislação que regula o sector.A legislação baliza as características dos aparelhos necessários para alguns indicadores de conforto, como as células foto-voltaicas e os colectores solares, entre outros, de acordo com as normas usadas na União Europeia.Desde a entrada em vigor dessa legislação, em Julho de 2007, passou a ser necessário apresentar às autarquias uma declaração de conformidade regulamentar no momento do licenciamento para construção.Os trabalhos de investigação da Universidade do Algarve - através da Faculdade de Ciências do Mar e do Ambiente - começaram no início de 2006.No encontro foram abordados os mais recentes desenvolvimentos em torno da rentabilização energética e as temáticas da arquitectura bioclimática, sistemas de controlos inteligente de edifícios, gestão energética e edificação eficiente, ventilação e acústica.Nos trabalhos participaram elementos da Agência para a Energia (ADENE), a entidade gestora do Sistema de Certificação Energética, que prevê a formação de 2.000 peritos naquela área até ao final desta década.