Blog

Passou estes dias, num dos canais televisivos, uma reportagem que tinha como tema a preocupação dos atletas em geral que vão prestar provas ao ar livre nos Jogos Olímpicos de Pequim.
Referia a reportagem que a China com uma vasta população e níveis de poluição muito elevados, originados por uma indústria fortemente competitiva, teria tido já algumas desistências de atletas, manifestando alguns receios na participação, tendo inclusive havendo desistências prematuras.
A acrescer a tudo isto, encontra-se o facto de serem esperadas elevadas temperaturas naquela altura do ano,
Perante esta situação, o Governo Chinês viu-se obrigado a adoptar algumas medidas nos meses que antecedem esta competição desportiva, nomeadamente, o investimento de milhões de euros, medidas que visam a diminuição da utilização de transportes poluentes e também como referia um membro do Governo, a deslocalização de fábricas de siderurgia para outras cidades.
Assistimos com isto a novas repercussões do ambiente na vida em sociedade, provando uma vez mais que as relações ambientais são multilaterais, abrangendo ou tendo como intervenientes cada vez mais novos grupos específicos de pessoas privadas.

Mostra-se também que o direito ao ambiente parece ser cada vez uma preocupação de todos, ou antes, tendo cada vez mais consequências visíveis, encarando-se o ambiente cada vez mais como um direito fundamental que acarreta efeitos sobre outros direitos também eles fundamentais, designadamente, o direito à qualidade de vida e à saúde.
Espera-se, todavia, que as entidades responsáveis tenham ponderado os vários interesses em presença, nomeadamente os riscos para a saúde dos atletas e que esta não tenha sido somente uma medida de etiqueta ambiental, num momento em que a China se encontra cada vez mais mediatizada.