O Projecto Berlenga - Laboratório de Sustentabilidade visa preservar a extraordinária herança do arquipélago que as gerações passadas nos deixaram, constituindo um bem precioso para o futuro.
O inestimável valor histórico e natural da ilha, como "Património da Humanidade", está cada vez mais ameaçado pelos muitos problemas que a presença do Homem origina. Verfica-se uma situação de "isolamento de Inverno" em contraste com uma ocupação excessiva e por vezes desordenada no Verão, pondo em causa a maravilhosa experiência que a Reserva pode proporcionar.
A Berlenga era originariamente uma parte do Continente Americano que ficou para trás aquando da separação entre este e o Continente Europeu. Como tal, as suas características criaram condições para que se desenvolvessem espécies de fauna e flora adequadas às condições locais.
A presença do Homem na Berlenga está provada desde épocas que remontam às Civilizações Romana e Fenícia. No entanto suspeita-se que essa presença seja bastante mais antiga. Como tal, a Berlenga é considerada um Património da Humanidade e Reserva Natural.
A ideia de um projecto para tornar a ilha da Berlenga auto-sustentável em termos energéticos, resolver os problemas de fornecimento de água potável e de tratamento de águas residuais e gestão dos resíduos sólidos data da década de 90. O Projecto Berlenga - Laboratório de Sustentabilidade surgiu mais recentemente tendo como objectivo encontrar uma solução que atenue os problemas actuais e sirva simultaneamente para criar uma "Berlenga Sustentável e livre de Carbono".
Os problemas mais prementes que a Reserva enfrenta situam-se ao nível das necessidades básicas. Os resíduos produzidos actualmente não são devidamente tratados e acondicionados. A água potável é escassa e transportada por barco a partir de Peniche. A energia é produzida a partir de geradores a diesel, tendo um horário de funcionamento limitado o que condiciona o funcionamento e a instalação de novos equipamentos, como por exemplo, equipamentos de água e saneamento para desenvolvimento da ilha. Os três geradores sofrem com a forte exposição marítima, que exige uma manutenção constante, e produzem cerca de 40 toneladas de CO2 por ano, a partir de 15 mil litros de gasóleo para um fornecimento de energia muito limitado, sobretudo na época de Verão. Também ao nível do saneamento básico há graves lacunas, não existindo tratamento adequado para as águas residuais, o que constitui uma das principais causas para a não atribuição de Bandeira Azul à praia da Berlenga.
Para resolver estes problemas, estão em estudo soluções com base em energias renováveis, como painéis fotovoltaicos e geradores eólicos de pequena dimensão. Estão ainda a ser estudadas tecnologias de armazenamento de energia para que a ilha seja tão autónoma quanto possível, em termos energéticos.
Para a questão da produção de água potável estão a ser ponderadas soluções de dessalinização de água do mar e para o saneamanto básico está a ser equacionado o tratamento de águas residuais com base em processos biológicos. A recolha e tratamento de resíduos sólidos deverão ser realizados de forma selectiva, sendo posteriormente compactados e transportados até Peniche para sofrerem o tratamento adequado.
A aposta nas energias renováveis favorece a redução dos gases com efeito de estufa, dando um contributo positivo para as ambiciosas metas colocadas pela União Europeia e pelo Governo Português.
O Projecto arrancou oficialmente no dia 5/07/2007 e a duração estimada é de 18 meses, devendo estar concluído no final deste ano.
Lara Rodrigues, subturma 2
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