Em primeiro lugar há que definir som e ruído. Som é definido como a compressão mecânica ou onda longitudinal que se propaga de forma circuncêntrica em meios que tenham massa e elasticidade sejam eles sólidos, líquidos ou gasosos. Ruído é "qualquer sensação sonora indesejável" provocada pelo som excessivo das indústrias, canteiros de obras, meios de transporte, entre outras.
Agora, no que diz respeito à poluição sonora, esta ocorre quando num determinado ambiente o som altera a condição normal de audição. Embora ela não se acumule no meio ambiente, como outros tipos de poluição, causa vários danos ao corpo e à qualidade de vida das pessoas. O ruído é o que mais colabora para a existência da poluição sonora, todavia a acção perturbadora do som depende das suas características (como a intensidade e duração), da sensibilidade auditiva (variável de pessoa para pessoa), da necessidade de concentração (como estudar) e da fonte causadora. O ponto de ataque da poluição sonora não é o aparelho auditivo, mas sim o sistema endócrino, especialmente as glândulas que produzem o cortisol e outros corticosteróides. Por isso, a Organização Mundial de Saúde (OMS) considera que um som deve ficar em até 50 db (decibéis - unidade de medida do som) para não causar prejuízos ao ser humano. Alguns problemas podem ocorrer a curto prazo, mas outros levam anos para serem notados. São efeitos negativos da poluição sonora nos seres humanos: a insónia, o stress, a perda de audição, a agressividade, a perda de atenção e concentração, a perda de memória, as dores de cabeça, o aumento da pressão arterial, o cansaço, a gastrite e a úlcera, a queda de rendimento escolar e no trabalho e a surdez. Por isso, para que isto não aconteça é necessário haver educação da população, redução do ruído e demais sons poluentes na fonte emissora, redução do período de exposição ou quando não for possível a neutralização do risco pelo uso de protecção adequada, uso de protecção nos ouvidos adequada ao risco auditivo, evitar locais com muito barulho, escutar a música em volume baixo ou médio, entre outras medidas adequadas a prevenir os efeitos da poluição sonora.
A poluição sonora também pode afectar as plantas e animais, na medida em que há maiores dificuldades de adaptação dos animais ao cativeiro devido ao barulho artificial das grandes cidades e está comprovado que nos locais de muito ruído é mais acentuada a presença de ratos e baratas, agentes potenciais de transmissão de doenças. Também as vibrações sonoras produzidas pelos motores de avião provocam a mudança de postura das aves e diminuição da sua produtividade. Quanto às plantas, segundo um estudo dos E.U.A, o ruído faz com estas reduzam significativamente o seu crescimento, na medida em que perdem uma maior quantidade de água através das folhas.
Actualmente são fontes de ruídos: o ruído nas ruas, o ruído nas habitações, o ruído nas indústrias e o ruído dos aviões. Quanto ao ruído nas ruas, o grande causador deste ruído é o trânsito. Nas habitações são fontes de ruído os condicionadores de ar, batedeiras, aspiradores, máquinas de lavar, frigoríficos, aparelhagens, secadores de cabelo, e tantos outros electrodomésticos que podem estar presentes numa casa e que funcionando simultaneamente somam decibéis indesejáveis. As indústrias são a principal fonte de poluição sonora; e o ruído dos aviões perturba muito os moradores das imediações do aeroporto.
Em conclusão, já dizia Robert Koch em 1910, "um dia a humanidade terá que lutar contra a poluição sonora, assim como contra a cólera e a peste". No meu entender, é agora tempo de lutar contra a poluição sonora através de medidas que atrás mencionei, começando, por exemplo, pela educação da população de forma mais acentuada porque parece que a educação ainda não foi suficiente.
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