Já pensaram no que acontece quando compram um computador, telemóvel ou um televisor novo e mandam o antigo aparelho para o lixo?
Supostamente esse antigo aparelho irá ser reciclado mas será que irá ser reciclado nas melhores condições?
Todos os dias milhões de computadores, televisores, telemoveis, equipamentos de som, refrigeradores e outros aparelhos eletrónicos são descartados com uma velocidade cada vez maior. O usuário médio de computadores nos Estados Unidos actualmente substitui os seus equipamentos a cada 18 a 24 meses.
O problema é que os materiais utilizados no processo de fabrico de componentes electrónicos são altamente toxicos e poluentes para o meio ambiente.
Isto produz toneladas e toneladas de lixo electrónico que "supostamente" irá ser reciclado...
Isto produz toneladas e toneladas de lixo electrónico que "supostamente" irá ser reciclado...
Segundo estudos técnicos efectuados apenas 11% do lixo electrónico é reciclado de forma segura, acabando o resto em aterros onde, segundo denunciam as organizações ecologistas, as infiltrações de chumbo e mercúrio podem chegar às águas subterrâneas.
Este tipo de lixo é altamente tóxico e prejudicial ao ambiente se não for correctamente reciclado.
Os especialistas industriais dizem tambem que entre 50% e 80% do lixo eletrónico recolhido para reciclagem acaba em barcos que se dirigem aos lixões de lixo eletrónico da Asia onde a maior parte dos componentes destes aparelhos é recuperada por trabalhadores pobres e vendida para serem reutilizados. Mas durante o processo, eles e o meio ambiente ao seu redor estão expostos aos perigos provenientes do contato com metais pesados como mercúrio, chumbo e cádmio que deixam resíduos letais no corpo, solo e cursos de água.
Os governos e as companhias eletrónicas conhecem há muito tempo os perigosos efeitos desta reciclagem, como já assinalava em 1989 a redação da Convenção de Basileia, um tratado internacional que se ocupa do comércio mundial de resíduos tóxicos.
Em 1994, este tratado foi reforçado para proibir a exportação de todo lixo tóxico dos países ricos para as nações pobres, inclusive com o propósito de reciclá-los.
O único país desenvolvido que se recusou a ratificar a Convenção de Basileia foram os Estados Unidos...
Outro problema detectado por pesquisadores da ONU foi o de que se assiste hoje a uma espécie de "caridade invertida". Algumas empresas de má fé, situadas nos países centrais, estão a enviar computadores para os países mais pobres, não porque estejam preocupados com a inclusão digital ou com a melhoria da educação nesses países, mas porque esta é uma maneira de se livrarem de forma desonesta e ilegal de equipamentos cujo descarte seria problemático nos seus países e cuja reciclagem é ainda técnica e economicamente pouco interessante.
Estas empresas sem escrúpulos contam com a própria incapacidade dos países pobres e em desenvolvimento em viabilizarem o uso imediato dos equipamentos que acabarão por ficar encostados sem que ninguém verifique sequer se eles realmente funcionam. Os que ainda têm condições de funcionar muito rapidamente deixam de ter utilidade, graças ao ritmo alucinante da obsolescência técnica dos produtos técnológicos.
Assim sendo é necessário e urgente que as nações desenvlvidas se debrucem sobre este problema de maneira a tentar resolve-lo sob pena do meio ambiente vir a sofrer ainda mais.
Talves o mais importante projecto desenvolvido nesta área seja o "Projeto StEP"
Para ajudar a organizar esforços mundiais no sentido de se viabilizar a reciclagem de produtos eletrônicos em larga escala e em nível mundial, as Nações Unidas lançaram o programa StEP ("Solving the E-Waste Problem") - resolvendo o problema do e-lixo (lixo eletrónico).
O projeto StEP já conta com o apoio das maiores empresas fabricantes de equipamentos de informática e telecomunicações do mundo. Esse esforço conjunto almeja criar padrões mundiais de processos de reciclagem de lixo eletrónico, aumentar a vida útil dos produtos eletrónicos e desenvolver mercados para sua reutilização.
O projeto StEP já conta com o apoio das maiores empresas fabricantes de equipamentos de informática e telecomunicações do mundo. Esse esforço conjunto almeja criar padrões mundiais de processos de reciclagem de lixo eletrónico, aumentar a vida útil dos produtos eletrónicos e desenvolver mercados para sua reutilização.
As Nações Unidos pretendem ainda dar aos países elementos que permitam a harmonização das legislações nacionais quanto ao tratamento dos lixos eletrónicos e a coordenação de esforços públicos e privados no sentido de re-transformar o lixo eletrónico em riqueza.
É assim urgente que se trate deste problema visto que todos os dias aumentam as toneladas de lixo electrónico por reciclar. Reciclar sim mas em condiçoes viáveis e seguras para o meio ambeinte.
Da proxima vez que forem comprar um aparelho electrónico pensem nisto...
Etiquetas: João Verne Oliveira Nrº 14601
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