Segundo o deputado europeu Ari Vatanen, o "Finlandês Voador", forte crítico da posição de Bruxelas quanto à proposta limite de 120g/Km para as emissões de CO2 dos automóveis, " 95% do tráfico terrestre é feito por estrada, só 5% usa o caminho-de-ferro. Este último é deficitário e altamente subsidiado. Contudo, em Novembro passado, a comissão europeia propôs menos de 3% do orçamento para a construção e melhoramento das estradas e 75% para o caminho-de-ferro.
Os cofres da comunidade europeia recebem 350 mil milhões de euros de impostos sobre a circulação, dos quais, menos de 100 mil milhões são gastos nas estradas. Sobram 250 mil milhões.
Os veículos que usam estradas geram 750mil toneladas de CO2. Multiplique-se isso por 20 euros/tonelada (aquilo que se convencionou como o "custo" do CO2) e obtemos 15 milhões de euros. Ou seja, o tráfico rodoviário paga os seus custos várias vezes.
Em França, 50milhões de pessoas fazemcerca de quatro viagens diárias, 2,5 das quais são terrestres, ou seja, 125 milhões de viagens. A rede de comboios francesa cobre apenas 700.000 destas viagens. No entanto, o orçamento de estado, para estas viagens, paga 40 cêntimos por quilómetro por passageiro. Com esse dinheiro, podia comprar-se um carro novo para cada passageiro, todos os anos."
Ari conclui com uma pergunta pertinente:
"Porque razão a aviação tem de pagar os seus próprios custos, os automóveis pagam muito mais que os seus custos e na rede ferroviária é ao contrário?
Pelos nossos cálculos, se um milhão de passageiros deixasse de usar a Air France e fosse de TGV, quando a linha de Estrasburgo para Paris abriu, a poupança de CO" seria equivalente a 1 milhão de euros por ano. Mas sabe quanto custou essa linha de caminho-de-ferro? 10 mil milhões de euros. Ou seja, vão ser precisos 10.000 anos para amortizar esse investimento."
Dá que pensar...
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