Quercus apoia Wind Parade

A associação ambientalista Quercus considerou hoje a iniciativa Wind Parade, que prevê a instalação de turbinas eólicas em Lisboa, «muito interessante», sugerindo que os impactos positivos e negativos sejam avaliados no fim do projecto que dura seis meses.

A proposta de instalação de 15 turbinas eólicas na cidade no âmbito da iniciativa Wind Parade foi apresentada pelo vereador do Bloco de Esquerda, José Sá Fernandes, mas suscitou terça-feira os protestos de toda a oposição camarária depois de ter sido retirada para evitar um mais que provável «chumbo», justificado com os impactos visuais e sonoros decorrentes do projecto.

Apesar de retirada, a proposta vai avançar sendo aplicada por decisão directa do presidente da autarquia.

Ana Rita Antunes, da Quercus, entidade que foi convidada a participar no projecto, considerou a iniciativa «muito interessante» e desvalorizou os impactos associados às turbinas.

«O contributo em termos de produção de electricidade não é muito significativo, mas a iniciativa é muito bem vinda, sobretudo devido à mais valia que traz em termos da sensibilização para estas questões», observou.

O Wind Parade assenta na colocação deste tipo de equipamentos e inclui um «road-show» pelas escolas aderentes da cidade, dedicado à sensibilização ambiental para as questões das alterações climáticas e eficiência energética, que conta com a participação desta organização ambientalista.

Instada a comentar a polémica em torno dos impactos negativos do projecto, Ana Rita Antunes admitiu que as «turbinas eólicas têm sempre impacto visual» e salientou que «deve ser salvaguardado o problema do ruído».

No entanto, tratando-se de um projecto experimental, «poderá ser feita uma avaliação no final, questionando as pessoas sobre o que sentem relativamente a estes impactos», sugeriu, lembrando que a instalação não é definitiva.

O evento, que se realiza entre 15 de Junho e 31 de Dezembro, é apoiado por instituições do sector das energias renováveis e promovido pelas empresas «Energia Lateral» e «For the Future».

A «Energia Lateral» disponibiliza no seu «site» um estudo de mercado, realizado em finais de 2006, que visava avaliar o potencial da implantação do conceito das turbinas eólicas urbanas e que contou com a participação de mais de 270 inquiridos (233 particulares, 20 empresas e 20 câmaras municipais).

O estudo evidenciou «grande envolvimento dos inquiridos nos aspectos que se relacionam com a sua contribuição para o aquecimento global» e demonstrou «o interesse de todos os grupos no conceito de micro-turbinas eólicas urbanas».

Todos os locais indicados como potenciais para colocação de turbinas foram avaliados positivamente, incluindo edifícios, condomínios,escolas, estradas, postes de antenas clelulares e de iluminação pública, instalações de fábricas e parques de centros comerciais ou hipermercados.

«Assinalável é o facto dos particulares considerarem uma turbina eólica num condomínio novo como um factor de diferenciação: 78 por cento dos inquiridos admitem, num eventual processo de compra de um andar/moradia, terem interesse no facto de o mesmo ter uma turbina instalada de raíz», revela o inquérito.

in Diário Digital (27.03.08)

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