Portugal tem feito um bom percurso no que respeita ao tratamento de resíduos electrónicos e eléctricos – a REEE. Tal deveu-se à transposição de uma directiva da União Europeia para a legislação portuguesa que obriga à recolha selectiva de resíduos, proveniente de particulares, numa proporção mínima de 4kg/habitante/ano. Tem-se avançado a um ritmo saudável, tendo em conta que a Itália ainda nem sequer transpôs a directiva para a sua legislação e vários países membros não começaram ainda a recolher REEE para valorização. A rede de centros de recepção e outros pontos de recolha promovida pelas duas sociedades gestoras licenciadas – a Amb3E e a ERP Portugal – disseminou rapidamente pelo país as infra-estruturas que recolhem e fazem uma primeira triagem dos REEE pelos cinco principais fluxos: grandes equipamentos; equipamentos de arrefecimento e refrigeração; equipamentos diversos; lâmpadas fluorescentes e de descarga; monitores e aparelhos de televisão (tubos de raios catódicos). Além disso, a Amb3E implementou, em Dezembro do ano passado, os promissores Ponto Electrão, dispositivos de recolha de REEE em cinco grandes superfícies comerciais de Lisboa e Porto, facilitando o acto de entrega dos equipamentos obsoletos. A expansão destes Pontos Electrão (semelhantes aos princípios dos vidrões, pilhões e semelhantes) atenuará a dificuldade sentida pela população para encontrar centros de recolha a distâncias acessíveis dos principais centros urbanos. Em Portugal há efectivamente capacidade tecnológica para tratar boa parte destes fluxos. Por exemplo, os resíduos de equipamentos com circuitos de refrigeração são também desmantelados e os respectivos componentes separados, sendo o gás que contém CFC (clorofluorcarbonetos) enviado para unidades no espaço europeu para incineração. Nas lâmpadas de descarga e tubulares fluorescentes, os componentes são separados numa unidade industrial existente em Portugal, e o mercúrio é introduzido na indústria. Todavia, muitos consumidores desconhecem que, ao comprarem um novo equipamento, podem exigir ao vendedor que aceite o equipamento velho. Daí o grande desafio em termos de sensibilização para a importância da reutilização de REEE. Muitas pessoas depositam igualmente os REEE na via pública, deixando-os sujeitos à sua violação. Alguns equipamentos são manipulados incorrectamente por particulares, que retiram as partes mais nobres do equipamento, como o cobre, libertando gases que contém CFC e encarecendo a posterior valorização, pois os componentes mais valiosos já não estão presentes quando chegam às unidades de reciclagem. Deste modo, surge a concreta necessidade de tomar consciência destas medidas amigas do ambiente, para ajudarmos também nós o ambiente em que vivemos.
In National Geographic/Portugal
Fevereiro de 2008
www.nationalgeographic.pt
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Fevereiro de 2008
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Etiquetas: Marlise Barbosa
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