Fundação fechou as portas

Samouco: Sociedade de Estudo das Aves vai enviar para Bruxelas "quebras de compromissos do Estado português"


A Sociedade Portuguesa para o Estudo das Aves (SPEA) anunciou hoje a elaboração de um levantamento de todas as "quebras de compromisso do Estado português" no que toca à Fundação das Salinas do Samouco para informar a Comissão Europeia.A SPEA responsabiliza o Estado português pelo encerramento da fundação, lembrando que foi quebrado um compromisso que o governo assumiu com a Comissão Europeia para que fossem transferidas verbas para o financiamento da construção da Ponte Vasco da Gama. A fundação foi criada em Novembro de 2000 como exigência da União Europeia para minimizar os impactos da construção da ponte Vasco da Gama numa área de grande sensibilidade ambiental junto ao Tejo, muito importante para a nidificação. "Já fechei portas e não pretendo voltar à fundação. Os trabalhadores das salinas têm quatro meses de salários em atraso. A situação é insustentável porque o ministério dos Transportes não dá financiamento desde 2005", contando apenas com a ajuda financeira do ministério do Ambiente, disse hoje à Lusa José Palma, presidente da fundação desde a sua criação. "Este caso não é único. Existem outros que, por serem negativos para a Rede Natura 2000, foram consentidos pela Comissão Europeia com a garantia da implementação de medidas de compensação", afirmou à Lusa Domingos Leitão, coordenador do programa rural da SPEA. Entre esses casos estão, segundo aquele responsável, a A2, por o Estado se ter comprometido em 2000 a alargar a Zona de Protecção Especial de Castro Verde, mas já só o fez este ano, depois de uma condenação do Tribunal Europeu de Justiça. Domingos Leitão adiantou que a SPEA está a fazer um levantamento de todos estes casos para entregar à Comissão Europeia. "A ideia é colocar em evidência estes casos, para que a Comissão Europeia seja compelida a advertir o Estado português", adiantou Domingos Leitão. Quanto ao encerramento das Salinas do Samouco, o até agora presidente da fundação adiantou que não vai fazer os preparativos para a época da nidificação, nomeadamente a limpeza dos muros e a manutenção do nível das águas. "Não sei se já este ano, mas pelo menos no próximo vai haver menos nidificação nesta zona", salientou José Palma.

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