Os automóveis "verdes" estão na moda. É cada vez maios a preocupação dos automobilistas com o impacto da utilização dos seus veículos no ambiente e a prova está na crescente procura de modelos híbridos. Mas a opção híbrido vai mais além. Muitos consumidores procuram este tipo de veículos soba premissa de redução dos gastos com combustíveis, tanto da gasolina como do diesel, atingem valores record. Será a opção certa? è uma questão de números. As contas mostram que não.
O Jornal de Negócios comparou as principais ofertas de veículos que utilizam a tecnologia híbrida como forma de propulsão. Foram considerados os dois modelos mais vendidos no mercado nacional: o Toyota Prius ( o pioneiro dos híbridos) e o também nipónico Honda Civic IMA.
Os dois modelos competiram com os seus semelhantes, mas com motorizações tradicionais. Ou seja, modelos do mesmo fabricante e gama, mas a gasolina e a gasóleo, com cilindradas idênticas, quando possível.
A conclusãoé que os benefícios que um híbrido representa para o meio ambiente acabam por traduzir-se em "malefícios" para a sua carteira. Porquê? A resposta é simples. A poupança conseguida em termos de consumo de combústivel, em resultado da maior eficiencia energética, e o menor valor do Imposto Único de Circulação (IUC) são anulados pelo maior custo do veículo no acto da compra.
Essa discrepância é maior quando comparada com o veículo a gasolina, modelos que tendencialmente são menos dispendiosos do que os "famosos" diesel. No caso do Prius, cujo preço de comercialização se aproxima dos 27 mil euros, o consumidor vai pagar mais de seis mil euros a mais do que se tivesse optado pelo Corolla sedan de 1.400 de cilindrada. As visitas à estação de serviço serão menos frequentes com o híbrido. Ao finalo do ano terá poupado mais de 560 euros com o Prius, mas precisará de quase 11 anos para anular o custo inicial da compra.
O mesmo acontece quando a comparação é feita com o Corolla a gasóleo, sendo que neste caso, só passado meio século é que o Prius teria sido a opção acertada - questões ambientais à parte- dado que o diferencial no gasto de combustível é mais reduzido e mantém-se o preço mais elevado do híbrido.
Esta situação não se coloca no caso do híbrido da Honda, o Civic IMA, isto porque a comparação efectuada com o modelo diesel tem por base a uníca oferta deste tipo de com´bustível, um bloco de 2.200 de cilindrada. Automaticamente, o custo da aquisição do Civic a gasóleo é mais elevado. Comparando com o modelo a gasolina de 1.400 de cilindrada, o híbrido torna-se a opção correcta ao final de quase oito anos, altura em que é amortizado o gasto inicial.
Os doiis híbridos mais vendidos no mercado nacionalo foram também confrontados com o automóvel preferido dos portugueses. O Renault Mégane Break de 1.500 de cilindrada, a gasóleo, foi o mais vendido do ano passado. Frente ao Prius, tem a vantagem, em termos finaceiros, mas o modelo da Honda inverte os papéis. Com o Civic IMA, o proprietário tem um gasto menor (de quase 4.000 euros) na compra que levará dezenas de anos a ser amortizado pelo maior custo anual com combustível e IUC.
Fonte: Jornal de Negócios , 7 de Abril de 2008
Etiquetas: josé rodrigues pereira
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