Os efeitos da poluição atmosférica na saúde pública no Litoral Alentejano vão ser medidos, a partir do Verão, com recurso à análise de concentração de poluentes nos líquenes, conjugada com a monitorização da qualidade do ar.
O sistema de Gestão Integrada da Saúde e do Ambiente (GISA), que associa várias disciplinas, foi apresentado hoje, no auditório de Artes de Sines.
Em fase de implementação desde Janeiro, depois da assinatura de um protocolo de cooperação entre 21 entidades (município, administração central, universidades e empresas do complexo industrial de Sines), o projecto prevê iniciar a recolha de dados no próximo Verão.
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“Para proceder à optimização da rede de monitorização da qualidade do ar, vamos usar equipamentos físicos, como sejam os tubos difusores, e líquenes (musgo), como biomonitores” explicou Maria João Pereira, do Centro de Recursos Naturais e Ambiente (CERENA) do Instituto Superior Técnico, responsável pela coordenação científica do projecto.
Os Líquenes, precisou, serão utilizados “enquanto bioindicadores da poluição atmosférica, para analisar o seu impacte na saúde pública”.
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Em breve, a Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Alentejo (CCDRA) irá adquirir uma estação móvel que deverá percorrer as cinco sedes de concelho em diferentes estações do ano, para “uma medição urbana”.
O projecto associa ainda outros dados, como os recolhidos pelos centros de saúde dos cinco concelhos, que vão incidir sobre as crianças até um ano de idade, consideradas “mais vulneráveis”.
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O GISA é um projecto que associa as componentes do ambiente e saúde pública para monitorizar e avaliar situações de alerta, de forma a gerir os riscos ambientais para a saúde da população da sub-região.
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Recordando a evolução do projecto, iniciado há três anos com uma candidatura ao programa comunitário LIFE Ambiente, o presidente do município de Sines, Manuel Coelho, enfatizou o seu alargamento à sub-região, lembrando que “a poluição não tem fronteiras”.
Numa segunda fase, que está neste momento a ser alvo de candidatura ao Quadro de Referência Estratégico Nacional (QREN), o GISA prevê incluir as componentes de solos, água subterrânea e água superficial.

In Diário do Sul
11 Abril de 2008

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