Noruega tem nova "Arca de Noé" - Um verdadeiro cofre global de sementes no Árctico.
Publicada por Subturma 2 à(s) 22:32Em Fevereiro deste ano foi inaugurado no arquipélago norueguês de Svalbard, o projecto mais ousado de preservação da vida vegetal.
Trata-se da nova "Arca de Noé", que fica escondida no final de um túnel de 120m, escavado em rochas geladas a 70m de profundidade e que será mantida a -18ºC . Essa caverna de alta tecnologia, construída nos últimos onze meses, numa montanha gelada bem perto do Pólo Norte, mais propriamente em Longyearbyen - uma das cidades daquele arquipélago - é equipada com portas de aço blindadas, câmaras e detectores de movimentos e será monitorada remotamente da Suécia.
É aqui que se irá guardar o tesouro genético do planeta. O objectivo é conservar até 4,5 milhões de amostras de sementes e 2 mil milhões de sementes de todas as espécies cultivadas pelo ser humano.
A escolha de abrigar o bunker ecológico nesse remoto arquipélago, acima do Círculo Polar Árctico não foi por acaso. Este local resiste a actividades vulcânicas, sísmicas e ao aumento do nível do mar. A área tem baixo nível de radiação, fundamental para a manutenção do X das plantas. No frio em que será mantido o banco, sementes de trigo, cevada e ervilha podem sobreviver mais de 10 mil anos. Em caso de falta de energia, as sementes não serão prejudicadas: o permafrost - solo permanentemente congelado - impede que a temperatura suba acima de -3,5º C, garantindo a sobrevivência das sementes por até 200 anos. Além disso Svalbard é distante o quanto baste, para manter em segurança a herança genética vegetal.
De facto, este património, mantido em segurança máxima, estará protegido de catástrofes naturais e até mesmo de guerras nucleares.
O projecto já recebeu cerca de 100 milhões de sementes doadas por 100 países. Essa doação ou transferência de sementes de um país ao Banco Internacional de Sementes de Svalbard será regida por um acordo entre o governo norueguês, proprietário do banco, e o país doador, dono do material genético. Sementes transgénicas são as únicas proibidas de entrar nesse santuário vegetal congelado.
Essas sementes só poderão ser usadas, porém, quando as cópias originais forem perdidas.
Quando for a hora de fechar as portas, a arca de Svalbard entrará em hibernação, como os ursos polares que habitam o arquipélago. E a biodiversidade agrícola mundial vai estar sã e salva nas entranhas geladas do extremo norte.
Etiquetas: Joana Loureiro
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