Canadá: Caça às focas

Canadá: Época da caça à foca abriu, novamente, entre protestos
Montreal, Canadá- A época oficial da caça à foca abre todos os anos no Canadá, sob um coro de protestos de associações de defesa da vida animal.
Dezena e meia de embarcações com caçadores de foca parte, todos os anos, das Ilhas da Madalena, situadas no Golfo do Rio de São Lourenço, na Província do Quebeque, em direcção a uma região onde existe uma concentração de focas.
A partida este ano foi, novamente, alvo de protestos de activistas de organizações de defesa dos direitos dos animais que ali se deslocaram, entre as quais o Fundo Internacional para o Bem-Estar Animal(IFAW) e a Sociedade Humana dos Estados Unidos.
A par dos protestos, seis dezenas de pessoas de organizações solicitaram autorizações ao Governo canadiano para terem estatuto de observadores, podendo seguir as actividades dos navios que se dedicam à caça à foca.
Quanto às quotas de abate, Otava autorizou para este ano um total de 275 mil focas, face às 270 mil de 2006.
As autoridades canadianas estimam que 92 mil focas possam ser abatidas este ano no Golfo de São Lourenço, enquanto que nas regiões da Terra Nova de Labrador, onde a época de caça à foca se inicia hoje, o volume de focas que poderão ser mortas é de 183 mil.
O Governo canadiano tem insistentemente afirmado que actuará em defesa dos caçadores de focas e desta sua indústria.
Inserido nesta estratégia, está a promover durante esta semana a deslocação de uma delegação de diplomatas e caçadores de focas à Europa com vista a demover os governos de decidirem um embargo à aquisição de produtos derivados da espécie.
"Neste momento, a União Europeia está avaliar um boicote total ao comércio de produtos de foca, o que cortaria parte significativa do mercado para a indústria canadiana de derivados de foca", argumentou Rebecca Aldworth, da Sociedade Humana dos Estados Unidos, citada pelo canal televisivo CBC - Canadian Broadcasting Corporation.
Aldworth foi um dos activistas que mais uma vez se deslocou ao Canadá na abertura da época da caça à foca para protestar contra.
Mas, um responsável do Governo canadiano considerou que a Europa está desinformada neste domínio.
"Os activistas de direitos dos animais dizem que a caça é cruel e que os caçadores são sanguinários," disse o responsável do Departamento de Pescas e Oceanos, acrescentando tratar-se de acusações "totalmente falsas".
EF.
Lusa/Fim
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1 comentários:

  1. Anónimo disse...

    Situação actual:
    Assistimos, hoje em dia, a uma guerra declarada (na minha opinião) a estes animais, por parte do Governo Canadiano. Para termos uma noção da dimensão do problema aqui em causa, estima-se que cerca de 1 milhão de focas sejam brutalmente mortas, num prazo de três anos.
    Estes animais têm servido de bode expiatório na protecção do comércio da pesca canadiano, visto que os problemas desta indústria decorrem mais do aumento populacional nas zonas em causa. Em abono do que acabei de referir, diga-se que reduzir o número de focas pode mesmo empobrecer a pesca do bacalhau, visto que as focas bebés atacam alguns dos predadores dos primeiros.
    Neste momento, as focas têm ainda que lutar com dois tipos de perigo: à medida que o degelo no golfo de St. Lawrence e na Terra Nova continua a acentuar-se, levando à morte de várias crias, o Canada aumenta o numero de animais a serem legalmente abatidos.
    As imagens de animais a serem abatidos cruelmente com os chamados “hakapiks” – garrotes com um gancho na ponta - , bastões ou, e mais recentemente devido ao degelo, com espingardas, correm o mundo. Várias autópsias e relatos dos veterinários mostram que muitos dos animais ainda são vivos quando os caçadores lhes retiram a pele.
    Diversos são os argumentos do Governo Canadiano que, quanto a mim, não procedem: 1º “A caça está bem regulamentada”. Ora não me parece que o facto de esta caça não ser ilegal e estar sujeita a regras, diminua a defesa do conteúdo imoral desta actividade; 2º “A população é estável e saudável e não sofre grandes alterações”. Parece que segundo vários estudos, isto não é assim tão linear, tendo em conta que o abate começa a incidir cada vez mais sofre os jovens membros das populações das focas, que ainda não iniciaram a sua fase sexual, tendo por isso consequências quanto à natalidade; 3º um argumento histórico e cultural: “ os esquimós já praticavam esta actividade”. Pois, realmente é verdade, porém existe um pequena diferença: é que os esquimós usavam as peles das focas para se vestirem e comiam a carne e as populações agora fazem-no, principalmente, para a venda da pele (usada em motivos fúteis).
    Em 2001, uma equipa observou o trabalho dos caçadores e analisou os animais mortos deixados no gelo – parece que a caça não têm como objectivo a alimentação - , concluindo que 79% destes predadores não verificavam o óbito das presas, antes de as esfolarem.


    Soluções:
    Mas estas questões encontram-se muito debatidas e já são do conhecimento geral, importando agora analisar medidas possíveis de combate a esta situação.
    A União Europeia, em 1983, baniu a importação de produtos oriundos da caça
    as focas bebes. Deste modo, e como consequência, a “Royal Canadian Comission” recomendou proibição da matança dos mesmos. Mas muito tempo não passou ate que o Canada altera-se esta situação através das “Marine Mammal Regulations” canadianas - leis que regulam a vida dos mamíferos marinhos - , proibindo o comércio apenas de peles brancas e de peles dos animais da raça “blueback” (apresentam uma mancha azulada no lombo). O que decorreu daqui? A permissão legal de caçar focas que comecem a perder a sua pele branca – sucede logo no 10º a 12º dia de vida – e as “blueback”, quando a sua mancha começa a desvanecer – o que acontece por volta dos 15 / 16 meses.
    Em Setembro de 2006, o Parlamento Europeu adoptou uma declaração escrita solicitando a interdição de peles ou produtos de peles de focas na União Europeia.
    Passado um ano, o Canada iniciou varias consultas a nível da Organização Mundial do Comercio (WTO) contra as interdições da Bélgica e Holanda, com a ameaça de abrir um caso de incumprimento. Porém, a União Europeia promete defender as interdições, tendo a lei do seu lado: o artigo XX do GATT, permite a isenção necessária para proteger valores morais gerais.
    Por enquanto, o Canada ignora e não valoriza muito a oposição internacional e mostra, na minha opinião, um desprezo pela opinião mundial.
    Temos casos, como o México, cujo senado, exigiu ao seu Ministro da Economia que impusesse uma interdição a todos os produtos derivados de focas oriundas do Canada.
    Em Portugal, devia-se incentivar e apoiar no quadro comunitário todas as medidas susceptíveis de colocar embargos aos produtos do Canada, de forma a estagnar a sua economia e, assim, pressiona-los a alterar a sua visão sobre o problema.

    Uma outra forma de atingir o Canada, na tentativa de os pressionar ainda mais, é incidirmos numa das maiores fontes de rendimento do país, o Turismo. Se durante um ano, todos nós não marcássemos as nossas ferias para este país, certamente iriam ressentir-se com um grave prejuízo no seu orçamento de Estado. Talvez, assim, mudassem de ideias. De realçar que todos nós contribuímos, pelo menos indirectamente, para esta situação, visto que aumentamos as receitas do turismo, que possibilitam, por sua vez, maiores verbas para esta actividade.  


 

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