A água doce é um bem cada vez mais escasso. Impõe-se a adopção de medidas que ajudem a salvaguardar a sua preservação. Uma das soluções é o reaproveitamento das águas cinzentas (duches e lavatórios) ou pluviais para um posterior aproveitamento em autoclismos, rega e lavagem de automóveis, pátios ou passeios. A nossa vizinha Espanha já deu um passo em frente: a reutilização de efluentes tratados, nomeadamente de águas pluviais e cinzentas, é obrigatória em novas construções e remodelações. E quanto a Portugal?
Em Portugal apenas se avançou no sentido de se impor a colocação de sistemas solares térmicos acompanhada de incentivos fiscais. Trata-se de uma medida que não deixa de ser curiosa, uma vez que Portugal está fortemente dependente dos rios que nascem em Espanha.
Porque razão se deve recorrer aos sistemas de reutilização? Os sistemas de reutilização de água permitem o regresso ao circuito doméstico das águas usadas. Por exemplo, se descarregarmos o autoclismo com esta água aproveita-se a água potável da rede pública. Este é um exemplo entre muitos outros com impactos significativos em termos económicos e ambientais, sem que isso implique a perda de qualidade da água utilizada para diferentes fins.
A implementação destes sistemas pode ocorrer em todo o tipo de construções como vivendas, prédios, condomínios, empreendimentos turísticos, indústria, etc., os quais devem ser estudados no respectivo projecto (fase de construção e/ ou remodelação), pois pressupõem a implantação de redes duais que conduzem o efluente reciclado aos mesmos desde o ponto de tratamento. Pode ser apontado como um custo acrescido, mas que será rapidamente compensado pelo acréscimo de poupança de água potável. É certo que nas construções existentes o desenvolvimento desta operação também é possível embora seja mais complicada e dispendiosa.
Já a reutilização de água tratada para rega de espaços verdes e lavagens (pavimento ou carros) é mais simples porque não implica a instalação de redes duais, podendo ser posterior à construção.
Assim, qualquer ponto de produção de águas residuais, haja ou não rede pública de saneamento, pode ser transformado numa “fábrica” de produção de água para concretizar os mais variados fins, o que permite evitar consumos desnecessários.
Para termos uma noção da poupança de que estamos a falar podemos considerar o seguinte exemplo: para uma família até 6 habitantes um sistema de reciclagem de águas cinzentas custa aproximadamente € 2.725,00 + IVA.
Fonte: Ecodepur®
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