Os ministros do Ambiente dos países do G8 (Estados Unidos, Japão, Alemanha, Reino Unido, França, Itália, Canadá e Rússia), os mais industrializados do mundo, aceitaram hoje reduzir as suas emissões de gases com efeito de estufa em 50 por cento até 2050.
Reunidos em Kobe durante três dias, os ministros do ambiente do G8 não traçaram metas intercalares, comprometendo-se apenas com uma redução de 50 por cento até 2050. Esta meta deverá ser assumida formalmente na próxima cimeira do G8, em Julho na cidade japonesa de Toyako, na qual a luta contra o sobre-aquecimento global será uma das prioridades.
No ano passado na Alemanha, os países do G8 acordaram “estudar seriamente” a redução de, pelo menos, 50 por cento até 2050 das emissões.
Os ministros salientaram no seu comunicado final “a importância de concluir as negociações sobre um acordo pós-2012 [sucessor do Protocolo de Quioto] na linha do plano de acção de Bali e, o mais tardar, em Dezembro de 2009”, numa conferência do clima da ONU, em Copenhaga.
Matthias Machnig, secretário de Estado alemão do Ambiente, insistiu que “sem um objectivo de médio prazo” de redução das emissões para os países desenvolvidos, “será muito complicado chegar a acordo em Copenhaga”.
"Para reduzir as emissões, os países mais desenvolvidos devem exercer a sua liderança e conseguir maiores reduções", comentou o ministro japonês do Ambiente, Ichiro Kamoshita, em conferência de imprensa.
Os países emergentes (África do Sul, Austrália, Brasil, China, Coreia do Sul, Índia, Indonésia e México) - cujos representes também participaram na reunião em Kobe, defendem que o G8 deve liderar o caminho ao definir metas concretas de redução para 2020, uma posição apoiada pela União Europeia.
Quem avança primeiro?
"Quanto a metas a médio prazo, é necessário definir metas concretas e os países desenvolvidos devem liderar o caminho", considerou Kamoshita. No entanto, acrescentou que este não será o momento apropriado para especificar números e referiu que os países em desenvolvimento com emissões em rápido crescimento também precisam de limitar os seus aumentos.
"Para que estas metas signifiquem alguma coisa, precisamos incluir não apenas os países do G8 mas todos os países com emissões significativas", disse Scott Fulton, da Agência de Protecção Ambiental norte-americana.
Mas o planeta não pode perder tempo a debater quem será o primeiro a avançar, lembrou o ministro do Ambiente britânico, Hilary Benn.
Quercus desiludida com meta de Kobe
A associação ambientalista Quercus classificou hoje como uma desilusão a meta traçada pelos países do G8.
"A meta para 2050 deveria estar entre os 60 e os 80 por cento de redução de emissões de gases com efeito de estufa relativamente aos valores de 1990. Cinquenta por cento de redução fica aquém das expectativas", comentou Francisco Ferreira, dirigente da Quercus.
Para os ambientalistas, o importante teria sido estabelecer uma meta para a redução das emissões até 2020, uma data considerada prioritária dada a urgência de inverter a curto prazo o sobreaquecimento do planeta, causado pelos gases com efeito de estufa.
"O grande problema é não estabelecer uma meta intermédia em relação a 2050. É uma desilusão em relação ao que é necessário".
In, Público-Ecosfera
Carla Lourenço, Subturma 2, N.º 14967

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