As associações ecologistas manifestaram-se hoje contra a construção de uma terceira travessia rodoviária do Tejo, considerando que "é desnecessária, cara, provoca impactos ambientais excessivos e é mesmo contraproducente para a mobilidade na Área Metropolitana de Lisboa (AML)".
Em comunicado conjunto, a Quercus, a LPN (Liga para a Protecção da Natureza), o GEOTA (Grupo de Estudos e dos Ordenamento do Território), e a Sociedade Portuguesa para o Estudo das Aves (SPEA), afirmam: "ao nível económico, uma nova travessia rodoviária iria inevitavelmente desviar fundos públicos de outros projectos de transportes que, esses sim, poderiam resolver o problema de congestionamento das travessias".
Para os ambientalistas, a construção de rodovias radiais de acesso a Lisboa "contribuem para aumentar os movimentos pendulares e não resolvem o congestionamento dos acessos", realçando qua a AML necessita antes de uma "melhora radical" dos sistema de transportes públicos, em particular no ferroviário e na promoção inter-modalidade como "únicas formas de reduzir o congestionamento e a poluição automóvel". A expansão da rede do Metro a Sul do Tejo e a instalação em Lisboa de eléctricos modernos, em conjunto uma maior rentabilização da ferrovia na ponte 25 de Abril, são outras das alternativas avançadas.
As quatro associações ambientalistas consideram ainda que uma nova ponte no Tejo provocaria "impactos muito negativos no estuário, do mesmo tipo que ocorreram quando da construção da ponte Vasco da Gama".
O Laboratório Nacional de Engenharia Civil (LNEC) deverá concluir no dia 24 os seu trabalho de avaliação dos estudos para uma nova travessia rodo-ferroviária do Tejo, estando o Governo a preparar uma resolução para a compatibilização desta infra-estrutura com o TGV e o novo aeroporto em Alcochete.
Etiquetas: Cláudia Chagas da Fonseca