Reciclagem do vidro está a crescer a um ritmo lento perante as metas até 2011
Publicada por Subturma 2 à(s) 12:30O vidro já foi pioneiro da reciclagem em Portugal. Mas, embora os portugueses coloquem cada vez mais garrafas nos "vidrões", a evolução está com pouco fôlego. Ao ritmo actual, Portugal poderá ter dificuldades em cumprir as metas a que está obrigado por uma directiva comunitária até 2011.
O assunto está a preocupar a Sociedade Ponto Verde (SPV), responsável pela reciclagem da maior parte das embalagens no país. A taxa de reciclagem do vidro pela SPV subiu de 34 por cento em 2005 para 35,6 por cento em 2006. Em 2007 chegou aos 38 por cento.
A empresa tem necessariamente de duplicar o passo para cumprir a meta até 2011, que é de 60 por cento. "O vidro é o material que mais nos preocupa", afirma Luís Veiga Martins, director-geral da SPV.
A recolha de vidro pela SPV aumentou 13 por cento entre 2006 e 2007. Mas o efeito está a ser atenuado pelo facto de haver mais garrafas a circular - mais seis por cento em 2007. "O mercado do vidro continua a crescer", diz Luís Martins.
Directiva em risco
A SPV está obrigada às mesmas metas de reciclagem que se aplicam ao país como um todo. As fileiras do papel, metais e madeiras já cumprem hoje o que será obrigatório dentro de quatro anos. Os plásticos (18,4 por cento, em 2007) não estão longe dos 22,5 por cento até 2011. O vidro é o que está mais atrasado.
Embora haja resíduos de embalagem recolhidos fora do sistema Ponto Verde, os números da SPV são decisivos para a contabilidade nacional da reciclagem. No ano passado, a empresa respondia pelo destino de 71 por cento das embalagens. No caso do vidro, a proporção era de 93 por cento em 2005 - data dos dados mais recentes do Ministério do Ambiente sobre a reciclagem total no país.
Ou seja, se a SPV não conseguir atingir as suas metas para o vidro, Portugal provavelmente terá dificuldade em cumprir a directiva comunitária sobre reciclagem de embalagens.
O grande desafio da empresa, agora, é identificar onde param as garrafas que não estão a ser depositadas nos ecopontos. Está já em curso um estudo sobre a quantidade de vidro nos caixotes de lixo dos restaurantes e hotéis, que não chega, por isso, aos "vidrões". Segundo os responsáveis da SPV, os resultados - que deverão estar prontos no final deste semestre - permitirão estudar medidas para se aumentarem os níveis de recolha.
Dentro das casas, também, ainda há muitas garrafas a serem deitadas para o lixo normal. Uma parte acaba por dar às três incineradoras de resíduos que há no país - nas regiões de Lisboa, Porto e Madeira - de onde o vidro sai misturado, em pequenas fracções, às cinzas de fundo.
A SPV está a avaliar quanto vidro há nessas escórias, as quais podem ser reutilizadas, por exemplo, como sub-base para estradas. Se isto ocorrer, seria uma forma de reaproveitamento do vidro. Na óptica da empresa, isto poderia ser contabilizado nos resultados da reciclagem.
IN, Ecosfera- Público
Carla Lourenço, subturma 2, n.º 14967
IN, Ecosfera- Público
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