Energia Eólica


A Energia Eólica é uma energia renovável, a mais limpa do planeta.
O nosso país tem as suas potencialidades neste campo pouco aproveitadas nesta área. O desenvolvimento deste sector poderá ser um caminho a seguir, face à necessidade de cumprir os compromissos estabelecidos no seio da União Europeia, quanto à produção de energia a partir de fontes renováveis. Mas este é também um caminho com obstáculos e condicionantes.
Actualmente existem cerca de 30 parques eólicos em Portugal, que totalizam uma potência instalada de aproximadamente 115 MW.
Fora calculado por um professor da Faculdade de Energia do Porto, que Portugal tem um potencial para produzir 1650 MW de energia, a partir do vento, mas só se considerarem a existência de restrições ambientais moderadas, mas se considerarmos a existência de restrições ambientais severas, o potencial de Portugal será reduzido para 700 MW.


Esta forma de energia tem como vantagens, as seguintes:
- É uma fonte de energia segura e renovável;
- Não polui;
- As suas instalações são móveis, e quando retirada, pode-se refazer toda a área utilizada e os seus componentes são quase na totalidade recicláveis;
- Tempo rápido de construção (menos de 6 meses);
- Recurso autónomo e económico, devido aos seus baixos custos externos e sociais e o aproveitamento de um recurso endógeno;
- Cria-se mais emprego.


No entanto este tipo de energia tem desvantagens que são as seguintes:
- Impacto visual: sua instalação gera uma grande modificação da paisagem;
- Impacto sobre as aves do local: principalmente pelo choque delas nas pás, efeitos desconhecidos sobre a modificação de seus comportamentos habituais de migração;
- Impacto sobre a flora do local: porque os aerogeradores têm de ser colocados em zonas altas, preferencialmente, e nessas zonas é onde existem espécies de vegetações raras e o facto da necessidade de criar caminhos para aceder aos aerogeradores poderá deteriorar essas espécies;
- Impacto sonoro: o som do vento batendo nas pás produz um ruído constante (43dB(A)). As casas do local deverão estar, pelo menos, a 200m de distância.


Os parques eólicos são, em muitos casos, localizados em áreas com estatuto de protecção, porque para que um aerogerador funcione, a velocidade do vento tem de ser superior a 9 Km/h, o que é incómodo para o desenvolvimento da maioria das actividades humanas, daí que os espaços com essas características acabam por ser aqueles em que o património natural ainda subsiste de forma mais equilibrada.


Não existem incompatibilidades entre áreas classificadas e instalações eólicas. Por exemplo, no caso da Reserva Ecológica Nacional, as restrições legais aplicáveis (Decreto-Lei nº 93/90, de 19 de Março) podem ser ultrapassadas, tal como se encontra previsto na alínea c) do Artigo 4.°, no caso de se reconhecer interesse público nos projectos.

Nos sítios da Rede Natura a questão é mais complexa. Os projectos a localizar neste locais têm de ser sujeitos a apreciação pelo ICN ou a Avaliação de Impacte Ambiental.
De recordar que, de acordo com o Decreto-Lei nº 69/2000, de 3 de Maio, os projectos de aproveitamento da energia eólica para produção de electricidade, estão sujeitos a Avaliação do Impacte Ambiental, na generalidade, quando têm 20 ou mais torres, e nas áreas sensíveis, quando têm mais de 10 torres, ou estão localizados a uma distância inferior a 2 km de outros parques similares (tanto no caso geral, como em área sensíveis).·
Nas Áreas Protegidas aplica-se o regime legal específico da área em causa e terá de ser respeitado o Plano de Ordenamento (caso exista), com as condicionantes inerentes. Estas áreas são também problemáticas para este tipo de projectos, dado que o valor da paisagem assume-se como uma variável adicional a ter em conta na tomada de decisão.


Podem surgir algumas complicações, com a instalação dos parques eólicos, nomeadamente para a avifauna.
O Presidente do ICN apresentou algumas conclusões de estudos referentes a parques eólicos no estrangeiro, segundo os quais: a maior parte das aves evitam a colisão com os aerogeradores; o grupo de aves com maior probabilidade de colisão é as aves de rapina; a utilização de alguns tipos de turbinas acarreta um maior risco; não se verifica a existência de um risco de colisão acrescido para as aves migradoras nocturnas; na Europa, à excepção de algumas migradoras costeiras, a mortalidade causada nas aves por parques eólicos é menor que nos EUA; os aerogeradores matam muito menos aves que os cabos eléctricos que lhes estão associados.


O Governo na Resolução do Conselho de Ministros n.º 169/2005, na qual apresentou a Estratégia nacional para a energia referiu o seu interesse em aumentar o investimento nas energias renováveis, em particular na energia eólica, cujas as metas de referência foram elevadas por este Governo para os 5100 MW, tendo já sido lançado, com vista a alcançar este objectivo, um concurso público para a atribuição até 1800 MW de licenças para parques eólicos.
O Governo tem noção que a energia eólica é uma das fontes renováveis que apresentam o menor custo de produção, são vectores fundamentais para o cumprimento dos objectivos, com menor impacto nas tarifas médias dos consumidores, no entanto o Governo tem de ter noção do impacto ambiental, ou seja tem de tentar compatibilizar o interesse económico, com o interesse ambiental, não pode apenas investir na energia eólica, pensar nas metas propostas, sem ter em conta as questões ambientais. Portugal pode ter muito potencial para a energia eólica, mas também tem muitas áreas de interesse ambiental, que se têm de preservar.


É possível compatibilizar o interesse económico e ambiental, defende-se a existência de uma maior coordenação entre o Ministério do Ambiente e o Ministério da Economia, na avaliação de projectos, no sentido deste último dar o seu contributo na adopção da melhor solução tecnológica.
Uma forma de minimizar o impacto para a avifauna é colocar luzes de alerta nos cabos de alta tensão, para que as aves não embatam neles.
Defende-se que é imprescindível compatibilizar o ordenamento do território e a conservação da natureza com a energia eólica, assim como a necessidade de um maior rigor na AIA, na elaboração do caderno de encargos relativo à fase de construção dos parques eólicos e a sua monitorização durante a exploração. Também se defende a criação de zonas de produção de energia eólica, em conjunto com zonas agrícolas e industriais, bem como a definição dos locais onde se pode ou não instalar parques eólicos.


Podemos apresentar algumas medidas tomadas para minimizar o impacto ambiental na instalação do parque eólico em Monchique.
As medidas tomadas foram as seguintes:
- Não foram utilizadas as áreas correspondentes aos parâmetros da Reserva Ecológica Nacional (REN), isto é, áreas com declives superiores a 25% e zonas de cabeceira de linhas de água, tendo sido igualmente preservados os afloramentos rochosos existentes na área do parque.
- A implantação de todas as estruturas no terreno – edifício de comando, aerogeradores, acessos e estaleiro – ocorreu, assim, em zonas de menor declive e fora dos afloramentos rochosos existentes na área correspondente ao sítio de Madrinha. No caso do edifício de comando, procurou minimizar-se a sua emergência visual, com o objectivo de assegurar uma boa integração paisagística, tendo sido adoptadas soluções construtivas e materiais adequados para o efeito, designadamente à rocha característica do maciço de Monchique (sienito nefelínico).
- Os aerogeradores foram implantados a uma distância do limite da área arrendada superior a metade do diâmetro rotórico.
- Na localização dos aerogeradores considerou-se também a necessidade de manter as visibilidades constantes da minuta de triangulação do vértice geodésico de Madrinha, bem como a inter visibilidade entre as torres de vigia de fogos florestais de Madrinha e de Poldra.
- Na implantação dos aerogeradores foi igualmente tida em conta a salvaguarda das actuais condições de operacionalidade dos radares existentes na Fóia, de modo a preservar as actuais condições de recepção de sinais radioeléctricos, nas estações de radiocomunicações que se encontram na sua vizinhança.
- De forma a cumprir o Regime Legal sobre Poluição Sonora (RLPS) (Decreto-Lei n.º 292/2000, de 14 de Novembro de 2000, com as alterações introduzidas pelo Decreto-Lei n.º 259/2002, de 23 de Novembro, o nível de ruído registado na habitação mais próxima da área do parque, após entrada em funcionamento deste, não excederá os 45 dB(A), como se demonstra no estudo de ruído incluído no RECAPE.
- As redes eléctricas internas do Parque são subterrâneas, constituídas por cabos isolados dispostos em valas. As valas acompanharão, por princípio, o traçado das vias de acesso, de forma a evitar a criação de novos caminhos e a passagem de máquinas sobre o terreno natural.

No nosso país não existe nenhum plano estratégico quanto à localização dos parques eólicos, a localização dos parques apenas depende dos estudos de impacto ambiental e dos planos de ordenamento do território.


O Ministério do Ambiente devia publicar uma carta de exclusão que incluísse os locais onde se pode ou não instalar os parques eólicos, bem como deveria existir regulamentação específica para os parques eólicos. Deveriam existir estudos mais aprofundados para a localização destes parques eólicos.


Conclui-se que para os interesses económicos em presença se compatibilizarem com os interesses ambientais, só é preciso boa vontade das partes envolvidas.


Ana Sofia Silva Santos
N.º 14736
Sub turma 11

2 comentários:

  1. Sara disse...
    Este comentário foi removido por um gestor do blogue.
  2. Subturma 11 disse...

    OS RECURSOS ENERGÉTICOS
    RECTIUS OS RECURSOS HÍDRICOS

    Os recursos são o resultado do funcionamento dos sistemas, qualquer que seja o seu tipo. Servem para satisfazer as necessidades da humanidade, dos pontos de vista alimentar, cultural e de recreio. O Homem constitui igualmente um recurso em si próprio devido à influência que exerce em todo o processo social na procura e na criação de condições suficientes e agradáveis à vida.

    Podemos dizer que os recursos, no tocante à sua origem, são naturais e artificiais e que no primeiro caso se comportam como renováveis e não renováveis.

    Os recursos naturais resultam, na presente terminologia, do funcionamento dos sistemas naturais, isto é, alimentados pela energia contínua e esparsa recebida do Sol. Os recursos artificiais resustam de sistemas a funcionar a partir de energia concentrada ou energia-stock e que até hoje tem sido principalmente o petróleo.

    A classificação dos recursos poderá fazer-se esquematicamente segundo o quadro seguinte:



    RECURSOS Naturais







    Artificiais
    Renováveis




    Esgotáveis Água Útil
    Ar
    Solo
    Energia-fluxo
    Seres Vivos
    Energia-stock
    Materiais
    Homem

    Manufacturas


    Produtos Alimentos
    Fibras
    Resinas
    Mercadorias
    Religião
    Arte
    Ciência
    Cultura
    Sentimentos






    Nos recursos naturais incluem-se os renováveis e os não renováveis ou esgotáveis. Aqueles são renováveis, porque perpétuos em condições normais de equilíbrio, formadas normalmente pela acção conjunta de um fluxo de energia e de um circuito de materiais, condicionados por factores ecológicos específicos. Os não renováveis são portanto esgotáveis, exauríveis ou temporários, porque o seu processo de formação deixou de se realizar, é muito lento em relação à vida do Homem ou principalmemte, devido à forma acelerada como este os utiliza. De entre os primeiros destacam-se o ar, a água útil, isto é, susceptível de ser utilizada pelo Homem e vulgarmente designada por água doce; os seres vivos, que para além do Homem, temos as plantas e os animais; o solo e as formas de energia como expressão de energia-fluxo ou solar: ondas dos oceanos, ventos, quedas de água, biomassa, etc. No âmbito do nosso quadro legal, a Lei nº 11/87 de 7 de Abril, que define as bases da política de ambiente, identifica no seu artigo 6º os componentes ambientais naturais.

    Os recursos artificiais não se incluem nos objectivos da Natureza, resultam de uma actividade criadora que na Terra só o Homem é capaz de exercer.

    Na classificação esquemática apresentada, o Homem é simultaneamente recurso natural e artificial: natural na medida em que é o produto da auto-reprodução de um sistema natural; artificial no sentido em que o seu aparecimento é hoje, em certas sociedades, o resultado de uma premeditação e programação incluídas no planeamento familiar.

    Os recursos naturais renováveis, cuja procura aumenta com o crescimento das comunidades, mantêm em todos os casos, os mesmos valores unitários. Neste processo a reciclagem constitui a função estabilizadora.

    Os recursos naturais não renováveis, logo esgotáveis, têm por seu lado valores económicos crescentes devido à sua raridade. Nem sempre assim tem acontecido, tal como o petróleo, pois que até há poucos anos, em vez de os mercados serem prioritariamente consumidores - no caso compradores - eram vendedores, o que resultava uma oferta superior à procura. Esta situação anómala, que se repete para outros produtos alimentares que escasseiam no mundo, é exagerada por alguns países capitalisto-industriais ( e não só) de prática neo-colonianista no comportamento para com os restantes países do mundo e que foi ultrapassada para o petróleo a partir do ano de 1973, em especial com a criação da OPEP, exemplo que poderá ser igualmente seguido para outros produtos ou matérias-primas essenciais, logo que os países produtores se organizem, defendam e entre si cooperem. De resto, alguns países, como os E.U.A., vão a ponto de subsidiarem a sua agricultura para assim a manterem numa situação artificial de baixos preços, prejudicando desta forma os países predominantemente agrícolas, que aqueles prometem ajudar nos areópagos internacionais. Na realidade, a solidariedade que apregoam não passa de um slogan sem conteúdo. O mercado internacional, ligado ao lucro de grandes empreses multinacionais, faz-se com agressividade e total desprezo pelos direitos humanos dos povos fornecedores de matérias-primas, quase sempre pertencentes ao Terceiro Mundo.


    Recursos renováveis e recursos não renováveis fazem parte de uma terminologia e de uma classificação altamente discutíveis. Os que os distingue? Será que a sua natureza não renovável depende da sua utilização? Será que se gastam ou se depauperam? Segundo a Lei de Lavoisier: “ na Natureza, nada se ganha, nada se perde, tudo se transforma.” Parece que o Homem, ao servir-se de um certo recurso o transforma em não renovável, porque lhe retira o valor de uso ou utilidade e o envia para o espaço sideral ou para o fundo dos mares em condições de difícil se não de energeticamente impossível reutulização. É o que acontece com o urânio, o ferro, o zinco, o cobre, o fósforo e ainda mais com outros minerais facilmente solúveis que, arrastados pela água dos efluentes e dos esgotos, caminham para as linhas de água e daí para o Mar. Há de facto recursos minerais, como o urânio, que se podem degradar em calor e dasaparecer, mas nada disso acontece com os restantes materiais. O que se tornam é economicamente, ou melhor, energeticamente inacessíveis ao Homem.

    Teoricamente, todos os recursos renováveis podem, a longo prazo, ser considerados não renováveis devido especialmente à acção do Homem. Este utilizando o fogo ou fazendo cultivos desregrados, com ampla intervenção de máquinas e produtos qúimicos, pode levar de facto a situações de esterilidade pedológica a ponto de atingir a desertificação.

    Os recursos ditos esgotáveis, como o petróleo, por seu lado, podem ao longo dos tempos, renovarem-se e criarem depósitos ou jazidas, apenas por acções cumulativas da Natureza. De facto, o processo de degradação e de composição da matéria orgânica nem sempre é totalmente relaizado, ficando na Terra certa quantidade de energia embora por certo em ritmo muito inferior ao que levou um dia à formação de grandes jazidas de petróleo.

    Os recursos, quaisquer que eles sejam, incluindo o Homem, devem ser cuidadosamente estudados e inventariados, de modo a servirem uma sociedade desenvolvida e assim satisfazerem as suas necessidades de metabolismo nos sectores biológico e cultural, com vista a uma humana qualidade de vida.

















    DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL

    Dedicamos um sub-capítulo ao desenvolvimento sustentável e à avaliação dos impactos do uso da energia bem como aos benefícios e potencialidades das energias renováveis.

    Desenvolvimento sustentável ou sustentado significa responder às necessidades actuais sem comprometer o futuro.
    Esta definição corresponde à actividade económica em que o uso da energia, de substâncias e de materiais da informação seja realizado de tal forma que não se degradem nem as pessoas nem os terrenos e se preservem os recursos do Planeta Terra para as gerações vindouras, mantendo condições de desenvolvimento e Bem-Estar económico e social, equilíbrio na saúde e meio ambiente.

    O desenvolvimento sustentável constitui um princípio com consagração constitucional no artigo 66º/ 2 - b) in fine da nossa Lei Fundamental. Este princípio que advèm de um outro, o da proporcionalidade, põe a sua tónica na ponderação de todos os elementos em causa com vista a um equilíbrio ecológico, vem previsto igualmente no artigo 3º- b) da Lei de Bases do Ambiente, já acima referida.

    Apesar de as energias renováveis serem a melhor opção, não podemos deixar de lado algumas das suas limitações:
    • Existem várias tecnologias renováveis cujas condições de competitividade, no mercado energético, são ainda insuficientes;
    • Algumas energias renováveis possuem um grau mais ou menos elevado de “novidade tecnológica” e, como é natural, as novidades tecnológicas têm de vencer barreiras para se impores nos mercados;
    • As actuais tecnologias de aproveitamento de alguns recursos renováveis ainda não são capazes de responder à escala e dimensão dos problemas e dos requisitos de utilização da energias que as sociedades modernas têm.

    Mas, mau-grado estes eventuais entraves face às energias renováveis, estas têm forçosamente que estar na primeira linha das respostas a dar às sociedades de hoje em dia e aos nossos concidadãos. Finalmente, um sector energético como o português, integrado numa economia aberta, não se pode entregar de corpo e alma a uma única opção política, tem que preservar necessários graus de flexibilidade.

    Daqui decorre que a promoção das energias renováveis, nas circunstâncias actuais, isto é, com a escala que os problemas têm e com mercados capazes de incorporar a maturidade das tecnologias mas que ainda não foram capazes de integrar os reflexos ambientais das diversas formas de energia, não pode deixar de ser um processo de tentativa e erro com sucessivas correcções e ajustes.

    Acima de tudo , tem que ser um processo de perseverança, porque se os resultados que se espera alcançar com uma política de promoção das energias renováveis são absolutamente necessários, eles destinam-se às gerações futuras, não são para amanhã. Só que há que começar já hoje!
    OS RECURSOS HÍDRICOS

    A água é um recurso precioso que necessita de uma gestão racional segundo um plano que concilie ao mesmo tempo as necessidades a curto e longo prazos.

    Impõe-se, pois, uma verdadeira política no domínio dos recursos de água, que implica numerosos ordenamentos com vista à sua conservação, regularização e distribuição. Além disso, a conservação da qualidade e da quantidade de água exige o desenvolvimento e aperfeiçoamento das técnicas de utilização, reciclagem e depuração.

    São tudo preocupações plasmadas na lei da água, que transpõe para a ordem jurídica nacional a Directiva nº 2000/60/CE, do Parlamento Europeu e do Conselho, de 23 de Outubro e que estabelece as bases e o quadro institucional para a gestão sustentável das águas.

    A energia hídrica subdivide-se em duas: energia mini-hídrica e a das ondas e marés. A primeira corresponde ao aproveitamento de energia hídrica mediante turbinas hidráulicas associadas a geradores e a alternadores transformando-a em energia eléctrica. A segunda consiste na utilização da força das ondas e das marés como energia eléctrica. Enquanto que o aproveitamento da energia mini-hídrica tem sido muito vulgarizado em Portugal, a das marés não tem tanta expressão motivada não só pela pouca viabilidade das costas locais cuja amplitude típica das marés varia entre 2 a 4 metros bem como o pouco desenvolvimento técnico de aproveitamento da energia das ondas.

    As mini-hídricas, que se contrapõem às grandes centrais hidroeléctricas, possuem algumas vantagens nomeadamente por reduzirem o impacto ambiental. Em contrapartida, a sua utilização restringe-se a ¾ do ano pelo que se torna necessário recorrer a outras fontes, em especial as térmicas.

    Seguem algumas estatísticas da EDP relativamente à produção eléctrica. Em particular veja-se os dados referentes à produção hidroeléctrica em centrais por ela exploradas.

    Produção de electricidade a partir de fontes de energia renováveis
    MWh 2003 2004 2005
    Portugal
    Eólica 128 355 237 034 348 155
    Biomassa 38 323 49 168 51 389
    Mini-Hidrica 196 343 140 888 90 288
    Hídrica (>10MW) 14 668 557 9 116 275 4 443 516
    IPH 1,33 0,81 0,42
    Espanha
    Eólica 483 000 513 622 528 696
    Biomassa 23 000 15 023 19 634
    Mini-Hidrica 100 001 123 415 n.d.
    Hídrica (>10MW) 588 971 730 187 847 177
    Brasil
    Mini-Hidrica 31 030 52 304 109 262
    Hídrica (>10MW)* 1 202 782 1 369 437 1 431 810
    * - Não se incluiu a contribuição do Lajeado, cujo controlo de gestão não pertence à EDP.

    O MERCADO DA ÁGUA

    Aqui pretende-se debater os outros lados do aproveitamento da água: a sua utilização nos consumos doméstico, industrial, agrícola e pecuária, bem como na Poluição/ Saneamento.

    A nível doméstico, o consumo “per capita” tende a crescer o que se justifica pelo crescente aumento da população nos centro urbanos. Apesar desta tendência, não se justificam ainda a introdução de medidas de racionalização nos ditos centros.

    O crescimento no sector industrial suscita um aumento da procura de água contrapondo com a pressão anti-poluição exercida sobre a indústria que a leva a procurar outras tecnologias que utilizem menos água, nomeadamente as secas e as da reciclagem.

    As características climáticas de Portugal fazem com que o sector agrícola seja o que mais utilize água, principalmente nas culturas de ragadio. Já na pecuária o consumo é significativamente menor tendendo contudo a crescer com o aumento dos efectivos pecuários.

    O sector Poluição/Saneamento constitui um dos que mais procura tem suscitado ultimamente porque a opinião pública é agora bastante sensível a esses problemas, tendo consciência que a degradação vem acentuar a escassez de água disponível para consumo.

    A aplicação de uma adequada política de ambiente a nível comunitário e nacional levará a um crescimento muito acentuado da procura de soluções para os problemas de poluição

    Em jeito de conclusão e relativamente à energia hídrica, enquanto que a electricidade produzida por via das ondas e marés é de valor pouco relevante, já a resultante das pequenas, médias e grandes centrais hidroeléctricas, das barragens principalmente, representa cerca de 20% das necessidades nacionais.

    Para terminar, é de referir que os potenciais aqui enunciados encontram-se sempre dependentes das políticas adoptadas pelos Governos e da gestão racional que cada um de nós faz dos recursos que a Mãe Natureza colocou à nossa disposição!


    Trabalho realizado por:
    Joana Gomes Reis
    Aluna nº 10385
    Subturma 11  


 

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